A maconha branca é um daqueles temas que circulam entre cultivadores e entusiastas da cannabis, envolta num certo mistério e debate. Alguns garantem ter visto plantas completamente pálidas, quase como fantasmas no jardim, enquanto outros acreditam que não passa de um mito exagerado.
Com o nome de maconha albina, descrevem-se exemplares sem pigmentação verde, incapazes de produzir clorofila, mas será que é mesmo possível que a cannabis apresente este aspeto tão invulgar? Neste artigo, vamos explorar se se trata de um fenómeno real, uma raridade genética ou apenas uma lenda urbana do mundo canábico.
O que é a maconha branca ou albina?
A maconha branca, também conhecida como maconha albina, é um fenómeno raro que desperta curiosidade entre cultivadores e amantes da planta. São plantas que, em vez de desenvolverem o habitual tom verde da cannabis, apresentam folhas e flores quase totalmente brancas. Este aspeto invulgar não se deve apenas a uma mudança sazonal de cor ou a uma variedade comercial específica, mas sim a uma alteração na produção de clorofila.
É importante distinguir a verdadeira maconha albina das populares variedades “white” como a White Widow ou a White Rhino. Nestes casos, o nome refere-se à densa camada de tricomas que cobre as flores e folhas, conferindo-lhes um aspeto nevado, mas por baixo continuam a ser verdes. Já a maconha branca apresenta tecidos pálidos desde a estrutura vegetal, e não devido à acumulação de resina.
Visualmente, a maconha albina pode ser identificada por:
- Folhas esbranquiçadas ou amareladas desde a germinação.
- Caules mais claros do que o normal.
- Flores praticamente sem pigmentação verde.

Causas do albinismo nas plantas de cannabis
A maconha branca é um fenómeno pouco comum que intriga cultivadores e curiosos. Caracteriza-se pela ausência parcial ou total de pigmentos, o que resulta em folhas, flores e até caules brancos ou cor de creme. Apesar de poder parecer algo desejado por criadores, na maioria dos casos trata-se de um evento espontâneo causado por vários fatores.
Mutações genéticas raras
Ao comprar sementes de cannabis, algumas podem desenvolver albinismo devido a alterações nos genes responsáveis pela produção de clorofila e outros pigmentos. Estas mutações, que podem ser hereditárias ou ocorrer de forma aleatória, afetam a capacidade da planta de captar luz e realizar a fotossíntese normalmente. Em casos extremos, a maconha branca não consegue sobreviver sem assistência externa, como enxertos em plantas saudáveis que forneçam os nutrientes necessários.
Stress ou danos durante o desenvolvimento
O stress durante fases críticas, como a germinação ou o crescimento vegetativo, pode alterar a formação dos tecidos e dos seus pigmentos. Danos mecânicos, podas agressivas, pragas ou doenças que afetem folhas jovens podem originar zonas desprovidas de pigmentação, dando lugar a áreas esbranquiçadas.
Fatores ambientais extremos
Temperaturas muito baixas, radiação UV intensa ou mudanças bruscas de humidade podem afetar a expressão genética da planta e desencadear albinismo parcial. Esta resposta é normalmente temporária, embora em alguns casos possa persistir durante todo o ciclo de vida da planta.
Por exemplo, uma exposição prolongada a luz intensa pode levar à perda de pigmento nas folhas superiores como mecanismo de defesa contra a radiação — um fenómeno conhecido como “branqueamento”. Da mesma forma, stress por frio ou choques térmicos podem bloquear a produção de clorofila.

Fatores ambientais extremos
Temperaturas muito baixas, radiação UV intensa ou mudanças bruscas de humidade podem influenciar a expressão de certos genes e desencadear um albinismo parcial. Este tipo de resposta tende a ser temporária, embora em alguns casos se mantenha durante todo o ciclo de vida da planta. Por exemplo, uma exposição prolongada a luz muito intensa pode fazer com que as folhas superiores percam o pigmento como mecanismo de proteção contra a radiação, fenómeno conhecido como “branqueamento”. Da mesma forma, stress por frio ou choques térmicos podem bloquear a produção de clorofila.
Característica | Maconha branca | Variedades com flores brancas |
---|---|---|
Origem da cor | Mutação genética ou danos que impedem a produção de clorofila | Genética estável com fenótipos selecionados |
Fotossíntese | Muito limitada ou inexistente | Normal |
Viabilidade do cultivo | Fraca, difícil de manter | Alta e consistente |
Aparência | Caule e folhas esbranquiçadas ou amareladas | Flores brancas cobertas de tricomas |
Mitos e confusões comuns
Nas redes sociais e fóruns online circula a ideia de que a maconha branca é mais potente ou possui propriedades “especiais” devido ao seu aspeto, mas não há evidências que comprovem essas afirmações. Outro erro comum é assumir que qualquer planta com flores muito claras é albina, quando na verdade a maioria são cepas comerciais com alta densidade de resina ou fenótipos pálidos causados por fatores genéticos ou ambientais.
O albinismo afeta a potência e o sabor?
O albinismo na cannabis não afeta apenas a aparência, mas também a fisiologia da planta. A ausência ou redução extrema de clorofila limita a capacidade de realizar fotossíntese de forma eficiente, o que pode levar a um crescimento mais lento.
- Impacto na produção de clorofila e resina: A clorofila não influencia diretamente a produção de resina, mas é essencial para o metabolismo geral da planta. Uma planta albina, ao captar menos energia solar, tende a produzir menos tricomas e canabinoides.
- Possíveis efeitos nos canabinoides e terpenos: A síntese reduzida de energia pode afetar os níveis de THC, CBD e outros compostos. O perfil aromático também pode ser menos intenso, com notas mais suaves e pouco persistentes.
- Opinião de cultivadores experientes: Em fóruns especializados, há opiniões divergentes. Alguns garantem que o albinismo reduz bastante a potência e o sabor, enquanto outros acreditam que, com iluminação e nutrição adequadas, as diferenças podem ser mínimas.
É possível cultivar maconha branca de forma intencional?
Conseguir uma planta de maconha branca de forma deliberada é um dos maiores desafios no cultivo de cannabis. O albinismo não é um traço estável nem previsível; geralmente resulta de mutações genéticas espontâneas ou alterações no desenvolvimento que não podem ser replicadas de forma fiável através de cruzamentos convencionais.
- A principal limitação está na ausência de clorofila. Sem este pigmento, a planta não consegue realizar fotossíntese de forma eficiente, limitando o crescimento e reduzindo a colheita. Além disso, a mutação não se transmite facilmente, por isso germinar sementes de uma planta albina dificilmente resultará em descendência albina.
- Em cultivo indoor, o controlo total de luz, temperatura e humidade pode ajudar a prolongar a vida de uma planta albina, mas não garante a sua viabilidade. Em cultivo outdoor, as hipóteses são ainda menores devido à exposição direta ao sol e às condições climáticas variáveis.

Portanto, a maconha branca não é um “tipo” cultivável nem uma linha genética estável. É um fenómeno raro e pouco viável que aparece ocasionalmente e, na maioria dos casos, tem menor rendimento. Sim, há um fundo de verdade, mas grande parte é mito, confusão e marketing.